O Governo Municipal de São Miguel do Iguaçu, por intermédio da Secretaria de Saúde, realizou na noite de quarta-feira, 22, na UNIGUAÇU, uma oficina com o tema ‘Luta Antimanicomial’ para os estudantes do 5º período do curso de Terapia Ocupacional (TO).
A ação foi desenvolvida pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e conduzida pela psicóloga Karla Vendruscolo e pelo chefe de divisão, Bruno Mondardo. “Momentos como este são importantes para revisitarmos nossa história e para lutarmos contra os manicômios, ainda existentes em nossas práticas, de uma forma camuflada”, disse a psicóloga Karla. Ela defende ainda que “o cuidado em liberdade garante que o paciente possa ser compreendido com a sua própria subjetividade, inserido em um contexto social e cultural”.
O chefe de divisão, Bruno Mondardo, ressalta que “o trabalho desenvolvido pelo CAPS do município é essencial para promover o cuidado em liberdade, defendido pelo Movimento Antimanicomial”. O mesmo destaca ainda que “o CAPS de São Miguel do Iguaçu é porta aberta para usuários de álcool e/ou outras substâncias e oferece atendimentos multiprofissionais para pacientes com transtornos mentais”.
A atividade fez parte da disciplina ‘Saúde Mental’, ministrada pela professora e Terapeuta Ocupacional, Lauriane Alle Buytendorp. “A atividade realizada pelos profissionais da equipe multidisciplinar do CAPS veio contribuir com o aprendizado adquirido em sala de aula. Falar em Luta Antimanicomial foi um momento de troca de conhecimentos com a sensibilização para que as informações fossem replicadas, a fim de evitar o tratamento em manicômios e mostrar que a pessoa com transtorno mental tem direito a um cuidado especializado”, completou.
Em 18 de maio é comemorado, em todo o país, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Organizado por diversos movimentos sociais, grupos, coletivos e entidades, o dia é de celebração e de luta, em espaços públicos, serviços de saúde mental e universidades. A data marca as mobilizações em torno do fechamento de manicômios e a formalização de novas legislações, a implantação da rede de saúde mental e atenção psicossocial e da instauração de novas práticas em um importante movimento de Reforma Psiquiátrica Brasileira.
O Movimento Antimanicomial faz lembrar que, como qualquer cidadão, pessoas com transtornos mentais, têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento, sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
A estudante Kézia Rodrigues de Souza, contou que foi um momento para discutir essa luta. “Os palestrantes compartilharam conosco como a luta antimanicomial se manifesta na prática diária, destacando sua importância crucial na vida dos pacientes. Através dessa luta, os pacientes podem sentir-se reconhecidos como indivíduos com identidade própria, recebendo um tratamento que respeita seus direitos, oferecendo um cuidado amparado e humanizado”, frizou.
Ela completou dizendo que ‘nunca tive uma experiência tão humana e esclarecedora como a fala da psicóloga Karla. Foi tocante ver como existem profissionais que se dedicam a um trabalho tão significativo, que traz um impacto profundo e positivo na vida das pessoas’.
Os acadêmicos criaram um vídeo informativo e reflexivo sobre alguns tratamentos que já foram realizados para tratar as pessoas com algum transtorno mental e está no link https://www.instagram.com/reel/C7FFc4KugXc/?igsh=c2RuMnI4bWd4dWhh.
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